Uma nova era de Relações com os Públicos.
A ascensão meteórica de plataformas de Social Media, como o Facebook, Twitter, Instagram ou Youtube, obriga-nos a olhar para o paradigma comunicacional entre organizações e os seus públicos de uma outra forma. No entanto, olhar para esta nova realidade como se fosse algo de intrinsecamente novo, como uma disciplina à parte, ou como uma mera extensão tecnológica, é uma visão redutora do fenómeno. Um olhar fragmentado não é mais do que um autismo sobre a importância e a dinâmica do que esta realidade representa para as estratégias das organizações.
Na sua génese, as redes sociais não são nada de novo. Existem desde que os homens vivem em sociedade e não são mais do que a rede de relações que cada um (pessoa ou organização) tem na sua esfera de influência. E entenda-se esfera de influência numa dinâmica mútua, de influenciar e ser influenciado, não só por aqueles com quem temos um contacto próximo, mas muitas vezes através de uma cadeia de influência indirecta. Esta é uma dinâmica que sempre fez parte do ADN da Comunicação e diversos são os exemplos que poderiam ser citados: Cícero já a usava para fazer campanhas políticas na Grécia Antiga, os Índios Guarani já a usavam para contar a história “das origens”.
Durante décadas os “massa-media” colocaram este fenómeno afastado da grande discussão pública, mas o que assistimos com as plataformas de conversação digital está a provocar um regresso da componente relacional às suas origens – agora mediada pela tecnologia que a permite em grande escala. Este fenómeno está a provocar alterações profundas na relação entre as organizações e os seus públicos. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, desde que tenha um computador com uma ligação à Internet, pode aceder ou criar conteúdos. Por todo o mundo, as pessoas vão criando, partilhando, colaborande construindo relações online. E, enquanto a tendência é isto tornar-se no padrão social, as plataformas de Social Media vão assumindo um papel de destaque na criação do tecido social das organizações.
É impressionante pensarmos que, à data, a cada minuto que passa, 60 horas de video são colocadas no Youtube, que mais de 3 mil imagens vão para o FlickR ou que mais de 700 links de Youtube são colocados do Twitter. Informação disponível, conversas a acontecerem, narrativas a serem criadas sobre marcas e organizações. Esta é uma teia complexa de relações que influencia a vida e actividade de qualquer organização ou marca – quer seja ou não participante, arrisca-se a estar presente. O resultado é um fluxo de influência que se espalha por inúmeras conversas, sobre nós, sobre os assuntos que nos interessam, sobre e com quem nos interessa. A escolha resume-se a se queremos participar ou deixar que outros o façam por nós.
Qualquer entidade que queira ser bem sucedida, tem de construir uma plataforma de diálogo e identificação, que nos faça ser reconhecidos como valiosos, que permita conquistarmos a confiança e a preferência daqueles com quem queremos conversas. As plataformas de Social Media são a nova força de intervenção. Não da tradicional activação de marca, mas da construção de relações com os públicos.
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